Deus no banco dos réus

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Dia 02 de março na Igreja Batista da Água Branca, aconteceu o início de mais um Fórum de Reflexão Bíblica e Teológica Segunda Opinião, neste semestre o tema é: Deus no banco dos réus. A Bondade de Deus e o sofrimento humano. Este é um capítulo da teologia chamado de Teodicéia, a grande questão é: Deus não evita o sofrimento humano, ou porque não quer, e nesse caso Deus não é bom, ou porque não pode, e nesse caso Deus não é onipotente.

Cerca de 800 pessoas estavam presente no início do Fórum que foi realizado pelo pastor/teólogo Ed René Kivitz que iniciou citando duas frases de Rubem Alves sobre o questionamento de como as coisas neste mundo são apresentadas para nós e se nossas interpretações destas coisas são de de fato a realidade?

Em seguida Kivitz lançou a principal pergunta do tema, baseado no livro do rabino Harold Kushner, autor de Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas. Segundo Kushner “Existe apenas uma questão que realmente importa: porque coisas ruins acontecem a pessoas boas? Qualquer outra discussão teológica é pura diversão intelectual – algo assim como decifrar palavras cruzadas no jornal de domingo.”

Após apresentação da  pergunta principal que envolve a temática do Fórum, foi apresentada as respostas simples que são dadas por pessoas que não querem se envolver como o tema.

1 – Punição divina

2 – Propósito divino

3 – Necessidade divina

4 – Pedagogia divina

5 – Provação divina

6 – Livramento divino

Cada um dos seis tópicos foi explicado seus motivos e dizendo que muitos utilizam a bíblia para apenas evocar alguns dos pontos acima citados e encerram o assunto.

Em seguida foi explicado o termo Teodicéia que provém do grego que significa literalmente “Justiça de Deus” O termo foi criado em 1710 pelo filósofo alemão Gottfried Leibniz num trabalho intitulado Ensaios de teodicéia.

Seguindo a apresentação do tema foram explicadas as três dimensões do mal.

1- O mal metafísico

2- O mal moral

3- O mal físico

Para finalizar o primeiro dia do Fórum foram explicadas os principais pontos de vista de vários filósofos e como a história da filosofia vem tratando o tema, desde os gregos citando Epicuro, Platão, Cícero, a visão estoicista de Epíteto e passando pelos pensamentos de Agostinho e Gottfried Leibniz, e encerrando com citações do teólogo espanhol Andrés Torres Queiruga sobre o assunto.

Para os próximos encontros será debatido os 4 pontos abaixo.

1 – O mal e o mundo material

2 – O mal e a finitude do ser criado

3 – O mal e os propósitos divinos

4 – O mal e a pecaminosidade humana

Kivitz deixou claro para todos os presentes que o tema que vem sendo discutido a séculos não seria “resolvido” em uma noite com quase duas horas de palestras. Foi apenas a introdução do tema que será esmiuçado nos próximos encontros quinzenais.

Eu particularmente sempre me angustiei com o tema, e o Fórum veio em boa hora, principalmente depois da leitura que fiz do livro O Problema com Deus em que Bart D. Ehrman expõe sua vida explicando que o tema o levou de teólogo e cristão a abandonar a igreja.  Transcrevo um trecho de seu livro na página 13.

“Em especial, não conseguia mais explicar como pode haver um Deus bom e todo-poderoso ativamente envolvido com este mundo, considerando-se o atual estado de coisas. Para muitas das pessoas que habitam este planeta, a vida é uma cloaca de infelicidade e sofrimento. Eu cheguei a um ponto em que simplesmente não podia acreditar que há um Senhor bom e bem intencionado encarregado do mundo. Para mim, o problema do sofrimento se tornou o problema da fé. Após muitos anos de digladiando com o problema, tentando explica-lo, pensando nas explicações que outros tinham oferecido – algumas delas, respostas fáceis e encantadoras por sua simplicidade; outras, reflexões altamente sofisticadas e matizadas de filósofos e teólogos sérios -, após pensar nas supostas respostas e continuar enfrentando o problema, há nove ou dez anos eu finalmente reconheci a derrota, me dei conta de que já não podia acreditar no Deus da minha tradição e reconheci que era agnóstico: eu não “sei” se existe um Deus; mas acho que se houver um, ele certamente não é aquele proclamado pela tradição judaico-cristã, aquele poderosa e ativamente envolvido com este mundo. E, assim, deixei de ir a igreja.”

Uma arrefecida (termo emprestado do Ariovaldo via twitter rss..) nos pensamentos meus foi no mesmo período do fim do ano passado quando li o livro Se existe Deus porque há pobreza? do Jung Mo Sung que veio a balancear as idéias, principalmente no 1º capítulo. Mais tudo isso porque eu sou teimoso, porque em diversos textos e pregações do próprio Kivitz, e até do Gondim já tinham me dado por convencido sobre o amor de Deus e a entrega de seu filho em sofrimento por nós. Que nem diz uma amiga minha: Razão e coração é osso. Ou que nem diz uma oração conhecida “Eu creio, Ajuda-me na minha falta de fé” (Mc 9.24)

Encorajo você a ir nós próximos encontros. Como fiz no Fórum do semestre passado, apenas escrevo sobre o início do fórum aqui no blog para instigar a turma a participar, se quiser mais, participe ou depois adquira os CD’s das palestras entrando em contato com a IBAB. Big abraço a todos.

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6 respostas para “Deus no banco dos réus”

  1. A chamada para o Fórum é boa – e ao final o Ed reconhece que realmente Deus não tem que estar no banco dos réus.

    Como o tema é muito envolvente, vc terá bastante assunto pra desenrolar nas próximas quinzenas.

    Vamos juntos nessa! Parabéns pela cobertura e postagem.

  2. Só queria perguntar se tem alguem nesse auditoria fsazendo parte do MST, ou das Farcs, ou quem sabe fazendo movmentos em direção a esse govrnoestadual sordido? Preferimos a masturbação mental. Somos platonicos nesse sentido, preferimos o mundo ideal e que se f. o real.

  3. Só queria perguntar se tem alguem nesse auditoria fsazendo parte do MST, ou das Farcs, ou quem sabe fazendo movimentos em direção a esse govrno estadual sordido? Preferimos a masturbação mental. Somos platonicos nesse sentido, preferimos o mundo ideal e que se f. o real.

  4. Bom dia. Sou membro da PIB Recreio, no Rio de Janeiro, onde os pastores Ed Rene e Ariovaldo Ramos estiveram há alguns anos, em Congressos de Missões e Adoração. Tenho acompanhado as mensagens da IBAB e gostaria de saber onde posso acessar as palestras e debates sobre o tema “Deus no banco dos réus”. Abraços.

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